sexta-feira, 24 de julho de 2009

Grávidas correm risco maior de ter sintomas graves da gripe

A OMS (Organização Mundial da Saúde) afirmou nesta sexta-feira que mulheres grávidas são um dos grupos de risco em caso de contaminação de gripe suína por terem mais chances de apresentar sintomas graves da doença e até mesmo sofrer aborto espontâneo. No Brasil, o ministro da Saúde, José Gomes Temporão, recomendou às grávidas que evitem ficar em locais fechados.

"Mulheres grávidas emergiram como um dos grupos com os quais nós estamos preocupados por ter mais riscos de desenvolver sintomas sérios", disse Keiji Fukuda, diretor-geral assistente da OMS, em entrevista à Associated Press.

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Um relatório da OMS aponta que mulheres grávidas tem maior risco de apresentar "sintomas severos, potencialmente resultando em aborto espontâneo ou morte". Segundo o relatório, citado pela Associated Press, o risco é ainda maior nos segundo e terceiro trimestres da gravidez.

Muitas mulheres grávidas e seus filhos morreram nas últimas semanas de gripe suína, continua o relatório, ressaltando que, em alguns casos, a obesidade pode ter agido como fator de risco.

Por enquanto, a OMS ainda não recomenda a vacinação prioritária de grávidas ou mesmo que as mulheres --como aconselham autoridades britânicas e suíças-- devam adiar plano de engravidar.

"A OMS certamente não tem recomendações se as mulheres devem tentar ter filhos agora", disse Fukuda.

Denominada oficialmente gripe A (H1N1), a nova doença já atinge 160 países e deixou quase 800 mortos, segundo o porta-voz da OMS, Gregory Hartl. Fukuda alertou ainda que estes números não representam todos os casos de gripe suína no mundo e que a situação deve piorar já que a pandemia está apenas no começo.

"Mesmo que tenhamos centenas de milhares de casos ou alguns milhões de casos, nós estamos relativamente no começo da pandemia", afirmou Keiji Fukuda, diretor-geral assistente da OMS, em entrevista à Associated Press.

As estimativas da OMS apontam que a nova gripe, de fácil transmissão, mas baixa letalidade, pode atingir até 2 bilhões de pessoas nos próximos dois anos.

"Nós sabemos que o número total de casos confirmados em laboratório é apenas parte do número total de casos", disse Fukuda.

A OMS decidiu na semana passada interromper a contagem oficial de casos da doença, devido à velocidade sem precedentes de propagação do vírus. A organização afirmou, contudo, que continuará monitorando casos em países que ainda não haviam registrado a doença e padrões anormais do vírus.

Brasil

No "Bom Dia Ministro", transmitido pela EBC (Empresa Brasil de Comunicação, sucessora da Radiobrás), Temporão pediu às mulheres grávidas para evitarem ficar muito tempo em ambientes totalmente fechados.

"Porque esses ambientes podem permitir a circulação do vírus e aumentar a probabilidade de contaminação", disse.

"As grávidas são mais vulneráveis ao vírus porque têm a imunidade reduzida", diz o infectologista Caio Rosenthal, do Instituto Emílio Ribas. Na opinião do infectologista Marcos Boulos, professor da Faculdade de Medicina da USP, se a grávida trabalhar em um ambiente fechado com mais de dez pessoas e existir a possibilidade de alguém estar doente, ela deve evitar o local.

A orientação do ministério é para que use máscara só quem estiver gripado, para conter a propagação do vírus, seja da gripe suína ou da sazonal.

Vacina

Fukuda, ex-chefe do Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos, afirmou ainda que as vacinas contra a gripe suína só serão liberadas para uso quando houver garantias de que não representam nenhum risco à saúde.

A Austrália anunciou nesta semana que realiza os primeiros testes da vacina em humanos e o mercado espera receber as primeiras doses já em setembro ou outubro. Autoridades sanitárias e empresas farmacêuticas estão tentando acelerar a produção da fórmula para evitar uma segunda onda do vírus no inverno no hemisfério norte.

"Todos os envolvidos no desenvolvimento da vacina, de fabricantes às agências regulatórias, estão analisando formas de tornar o processo mais seguro possível", disse Fukuda.

"Uma das coisas que não podem ser comprometidas é a segurança das vacinas", disse.

MS

da Folha Online

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